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fitas p/ o terceiro filme

by Cães de Prata

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1.
filme pequeno, praça dois cães imensos de prata e latão nó de lã, você aqui da cortina miúda pro céu eu cansei de esperar deus em fitas leite e mel, vudu e anis artefatos das mães nos tarôs ser, no fim, além de mim a pequena tragédia do horror eu cansei de esperar deus em fitas nesse espelho apagado nós nos veremos melhor nesse espelho apagado nós nos veremos melhor eu cansei, eu cansei (não posso esperar)
2.
Manifesto 02:19
manifesto combalido aos trancos fim de corpo — microcefalia & lapso falham as luzes no avesso do sol e na vida, deuses suburbanos brincam de bilhar entre calhas e rateios manifesto resoluto de aço, de barro amores no tanque: pneu, gasolina o osso mais sacro que não vale nada o osso pequeno: coberto de graxa um último grito entre os cabos e as igrejas a mesma espera na mesma mesa. manifesto definido e raso duvido. cães pulando no caos. desalojados cavam nos blecautes. a risco de contrariar, a risco de não se conter: grite grite grite grite. me avisa do erro de ser aquilo que queremos eu já não tenho mais tempo.
3.
Lama e Cal 02:31
não há osso nem largo nem conta ou espuma o corpo não dura: não passa de um risco no chão o corpo não dura: não passa de um risco no chão a lã do teu susto, no oco do oco do oco acalma os mistérios às custas dos meus futuros amantes virão cobertos de lama e de cal e vão nos destruir e vão nos converter e vão nos procurar em línguas que não podem ler.
4.
Taipei 1996 01:28
em taipei dezembro 96 no meio do mato nos braços dos seus irmãos em jasú a nódoa no meio da mão e os pássaros retos num chão de garimpo guaporé aqui se fazem quadris socos e mãos hostis no seco dos dias navidád bastis externos: pó e folhas aos largos nos pés de manú rotterdam babies num multicor flores em parasol num céu de melaço
5.
o som dos seus ossos trincando o som dos seus ossos trincando o som dos seus ossos trincando o som dos seus ossos trincando me lembra o dia que eu quebrei bonecas debaixo da pitangueira eu já sabia o seu nome antes do meu
6.
a cópia mais perfeita imóvel luz de mim descansa na sua pele ausente de um lugar os sons da nossa infância são máquinas do fim quase sempre perto e longe de chegar somos os melhores e o nada é aqui: do alto do absurdo ao aço do araçá do medo mais covarde ao sonho mais feliz eu nunca estive perto eu sempre estive ali e deus vai costurar os meus pés e as minhas mãos depois que o chão passar, depois que o chão passar de mim

about

Borbulhando num caldeirão de ricas referências, de Ava Rocha a Wilco, entre as composições quebradas e estranhamente bonitas de Mateus Borges, os sintetizadores de Thomas Schaeffer (Os Fugitivos) e as contribuições de Igor Cavalcante e João Gomes (ambos da azul azul), nasceu o EP “fitas p/ o terceiro filme” (Máquina Voadora Label, 2020): o primeiro do projeto Cães de Prata. Em explicação simples, os Cães de Prata se resumem a Mateus Borges e quem quer que o esteja acompanhando no momento. Não é um projeto solo, porém, porque contou com uma lógica de conjunto no processo de produção do álbum, e continuará contando em suas apresentações ao vivo: que terão Borges na voz e no violão, João Gomes nos teclados e no contrabaixo e Allan Cavalcante na guitarra.

O disco de 6 faixas tem por base o violão trancado e visceral de Borges, em dedilhados espaçados e pouco convencionais, o que cria um clima atmosférico e, às vezes, onírico: mesmo tendo por temas sentimentos tão palpáveis e comuns à sua geração. Temas estes que são o maior objeto de atenção do trabalho, posto que seu destaque são as letras da poesia própria de Borges, a qual se inspira na de Ava Rocha, citada anteriormente, e em outros nomes, como os de Alice Coutinho e de Romulo Fróes. O líder dos Cães de Prata é o compositor da música “acordo”, a música de maior alcance do EP “formas de voltar para casa” (Máquina Voadora Label, 2019), da azul azul, banda com a qual colabora constantemente, além de ter sido o principal compositor da extinta banda Pacamã, da qual fez parte entre 2015 e 2017.

Em 2017, quando era lançado o disco Antes Aqui Era Tudo Mato, o primeiro e único trabalho da banda, Mateus Borges olhava para o álbum e sentia na boca um sabor agridoce. Segundo ele próprio, as canções, durante o processo de gravação do álbum, fugiram do seu controle. É importante dizer que a Pacamã, como num desses ciclos comuns à música independente, não conquistou grandes resultados, mas pariu projetos interessantes, como a azul azul, do ótimo EP “formas de voltar para casa (Máquina Voadora Label/2019), que herdou da Pacamã o seu cantor e compositor (à época, percussionista), Mateus Magalhães, e o seu guitarrista, Igor Cavalcante. Outro projeto contemporâneo do circuito da música em Alagoas que também é descendente direto da Pacamã é Os Fugitivos, os quais estão à beira de lançar seu primeiro disco, e contam com Thomas Schaeffer e Thiago Mata, baixista e baterista da Pacamã.

“fitas p/ o terceiro filme”, o terceiro fruto dessa árvore frutífera, porém, tem no seu centro as concepções sonoras de Borges, o que não causa em seu autor um certo grau de desconforto - muito pelo contrário. O álbum foi mixado e masterizado por Thomas Schaeffer, que também foi o responsável pela produção e pelos arranjos, com o auxílio de Thiago Mata como técnico de som e engenheiro de áudio. Todo o processo aconteceu nos estúdios da Maná Records, em Maceió, AL, e teve por norte estético a sonoridade de selos independentes americanos, como a Drag City, na interlocução entre violão e barulho feita por artistas como Smog e Bill Callahan. O acabamento teve muito da fascinação de Mateus Borges por Wilco e por Sharon Van Etten, que fazem, em suas próprias palavras, “um som pequeno de escopo, mas grande em como batem”.

credits

released February 18, 2020

Todas as composições por Mateus Borges, exceto Páramo, por Mateus Borges e Karen Pimentel; arranjos, produção, mixagem e masterização por Thomas Schaeffer; engenharia de áudio por Thiago Mata; produzido, gravado, mixado e masterizado nos estúdios da Maná Records, em Maceió/AL.

Esse é um lançamento Máquina Voadora Label.

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Cães de Prata Maceió, Brazil

os sons da nossa infância são máquinas do fim

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