1. |
Cai o Pano
01:25
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2. |
Cassius e Sonny (i)
02:16
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água da casa dos outros não mata minha sede
a noite é uma história que alguém esqueceu
será que me ama das ancas aos dentes
ou me acorda assustado nos braços de um deus
você me pergunta o que há no futuro
um zunido um casco uma estátua um museu
eu digo que a esquina é a mesma
eu digo que o palco é igual
e dos nossos olhos ninguém mais sonhou
somos cassius e sonny
ontem dois, hoje mil
um que dança na noite
um que dorme no rio
não há mais holofotes
mova um roxo qualquer
dentro ou fora do espelho
eu sei quem você é
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3. |
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e como neles há pouca montanha
move-se espessa essa arquitetura
e como neles há pouca montanha
move-se ilesa essa arquitetura
uma dança no escuro um deslize nenhum
céu crivado de balas num dia comum
um desejo na boca um estalo de horror
diz meu nome na areia — meu nome é vapor.
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4. |
Assim Tocamos John Wayne
02:01
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esse é um teste de luz
não há, mas não falta
esse é um teste de corpo
me diz se esse basta
e mova a câmera devagar no meu rosto
no meu rosto
esse é um teste de cor
me diz se machuca
esse é um teste de voz
não há, mas derruba
e mova a câmera devagar no meu rosto
no meu rosto
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5. |
Mas Não Coma Já
02:51
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adorou no altar pequeno o peso da corda
contra a luz, irmãos retirados da mesma costela
paira no breu, um dedo dois dedos três dedos na pedra
céu que conduz no oco de um corpo um corpo de baile
um corpo de ataque, viu
inalou o gás que saía de um carro em chamas
enganchou a língua entre as pernas no meio de um nome
li um sinal e nele o meu rosto riscado em X
dormi sem saber e aos pés da minha cama um cachorro morto
pérola de outro chão
acessei a imagem perdida no meio do escombro
recusei os esparadrapos nas juntas dos dedos
fale por mim, fantasma emperrado na casa de máquinas
fale por mim, no fosco do brilho das ondas de rádio
meia-três-três-um-dois
preparei bacia de água fervendo em pouso
separei da caixa embotada a navalha mais fina
alargo esse vão e nele cavouco três linhas perfeitas
como se deus pudesse me abrir pelos baixos acima
aço que acossa o breu
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6. |
Dentro do Baile Roxo
02:12
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dentro do baile roxo
dentro do baile roxo
um rei na palma da mão
dentro do baile roxo
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7. |
Cassius e Sonny (ii)
03:46
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pele turmalina na sessão universal das três
luzes na baía, salvador em paz
ao andar de diques, botas e andaimes
éramos homens manifestos em contradições.
o tatame do cinema brilha no teu olho
meu dedo na tua coxa, um corpo todo prumo
diga que me ama no escuro, repita
diga que me ama no escuro, repita
pegue meus cabelos, maltrate meu rosto
me ponha sem tamanho num buraco nulo
eu não vim aqui para te absolver
eu não vim aqui para te perdoar
diga que me ama no escuro
diga que me ama no escuro
diga que me ama no escuro
diga que me ama no escuro
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8. |
Tanto Tanto Tanto
02:46
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entre o iluminado e a luz
tatear a névoa espessa
entre o ar e os seus pulmões
um sussurro se repete
entre o ouro e o cordão
teus cabelos derretendo
entre a fuligem e o céu
estrelas sobem num desenho azul
tanto tanto tanto
o amor é um desvio
tanto tanto tanto
o amor é um desvio
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9. |
Pequeno Satã
02:29
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lá onde não há ato nenhum
lá onde não há mais palavras
lá onde o desejo é o seu próprio fim
um pequeno satã passa por mim
lá onde não há lugar nenhum
lá onde não há, mas não falta
lá onde o desejo é o seu próprio fim
um pequeno satã passa por mim
à beira de um chão sem passagens
à beira do mar sem um mar, ali,
sim — um só lugar — sim.
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