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Nocaute

by Cães de Prata

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1.
Das Coxias 04:44
Pedro na poltrona quase ninguém vê os anjos pendurados no melhor estilo bombas cairão além seus pés luzes se acenderão ao menor sinal de fé e pode rir, se for de rir ou recusar a própria mão. Se nada é do seu prazer saiba que estou sempre onde estou se nada é do seu prazer posso me esquecer todas as palavras que aprendi a falar. Brenda na estrada sonha em um farol orquestras de um futuro quase impossível espere pelo pouco que há de mim avise quando chegar lá (eu não pude resistir) e assim brinco de cachorro crente aos ossos de um fantasma. Se nada é do seu prazer saiba o que sou e onde eu estou se nada é do seu prazer posso me esquecer todas as palavras que aprendi a calar Jorge no mirante cortes do avô e pilotos no peito (um sol pro digestivo) risque mil carteiras para nós posso derrubar nosso aluguel quando incendiar os halls e da infância, diz pra mim “não há bala, não há santo” Se nada é do seu prazer olhe para mim, minta para mim se nada é do seu prazer posso me esquecer todas as palavras que aprendi a falar de um futuro sem falar do futuro.
2.
Você tem buracos do tamanho de Deus no espaço onde as mães vão para morrer o que não se pode falar ainda me fala em você. Breves bombas leves saltam soltas no ar à espera de um futuro que se possa querer os nomes que ocuparam seu espanto ainda perdoam você. Um chacal no escuro circulando os seus pés um nome que se toca só depois de se esquecer meu corpo já não quer respirar e eu sou igual, eu sou igual a você. Se as décadas não param de nos ver e moer eu acho que não posso mais lamber esse chão.
3.
Revirar você até o ponto de inflexão segurar você em falso contra a luz grite de novo, grite sem ar grite em aberto até notar que O chacal pode até brincar de correr nas suas pernas o chacal pode até brincar de correr nas suas pernas o chacal pode até brincar de correr nas suas pernas preparando o salto até destruir Os homens os outros as arcas as festas os hinos os imãs as cartas as luzes as pratas os chacras as lendas os bots as trincas as bandas os anzóis na garganta A santa inquisição baratas mordiscando miolos de pão a ceia morta e a massa falida [o pórtico] Pets goles tiques glúteos mergulhe no sonho e nasça mudo e as chagas multicoloridas virão e as chagas multicoloridas voltarão e as chagas multicoloridas virão. Segurar você nas novas capitais me ver em seus olhos como se eu fosse luz grite com gosto, lance-se ao ar grite comigo até notar que O chacal pode até brincar de morrer nos seus braços o chacal pode até brincar de morrer nos seus braços o chacal pode até brincar de morrer nos seus braços preparando o salto até dormir.
4.
Não há mais mar ao mar nem há Ítaca a Ítaca só restará você na violência dos dias E o mundo fora nós se inclina aos poucos, quase rés Eu vou lançar fogo na cidade eu vou exilar todos os filhos eu vou queimar as minhas mãos para poder te tocar Não há mais mar ao mar nem há Ítaca a Ítaca só caberá você na realeza dos atos E o mundo fora nós se inclina aos poucos, quase rés Eu vou me iluminar aos céus de aterro eu vou ser tua mão, teu chão, teu trigo eu vou enterrar seus idiomas no segredo.
5.
Das salivas de carnaval ilícitas ágrafas insistimos em localizar rotas como se houvesse qualquer norte em decupar goles como se agora chove este desastre e o estrago dos corpos já não profetizasse que toda contramão é também cortejo cinzas para o encontro, cinzas para o encontro.
6.
Abissal 04:04
Nada no abissal nada contra a luz nada na canção nada a se esconder Nada nos jardins nada sobre o pó nada do horror o corte mais sutil Um nome sem alguém um mapa sem lugar eu quero ser menor do que posso ser Venha para aqui venha para aqui venha para aqui, entre nós, venha para aqui.
7.
Assisti-los de costas pro rio bem sabendo que não vão voltar Mas eles vão ser lindos tão lindos e fortes fugindo daqui meus homens-flores desejos pequenos pifados pra longe de mim Procurar suas bocas e mãos linha d’água engolindo seus pés Mas eles vão ser lindos tão lindos e fortes fugindo daqui meus homens-flores desejos pequenos pifados pra longe de mim Mas eles vão ser lindos tão lindos e fortes fugindo daqui meus homens-flores desejos pequenos pifados pra longe de mim Assisti-los de costas pro rio bem sabendo que não vão voltar
8.
Alto 12:33
alto o profeta com cortes nos dedos alta sua língua de vidro quebrado alto esse nome pequeno e vulgar alta a palavra suspensa no ar alto o terrestre no fundo da lua alta a farsa na marca das latas alto o barulho dos fogos e a graça alta da luz avivando as carcaças altas as cinzas boiando no fosso alto o silêncio imóvel de um parto alto os meninos parados no chão alta a subida sem perseguição altas conversas queimando no escuro altas faíscas nas falhas dos cabos alta a saudade dos discos riscados altos seus beijos alidos e fortes altas as bombas nas sombras dos prédios alta a medida perfeita do incêndio alto o fogo que quer nos benzer alto num corpo é matar ou morrer ninguém vai nos chamar ninguém vai nos chamar alta a moeda cunhada no inferno altos os olhos brilhando na curva altos sem medo de ver seu consolo a flutuar como se fosse nada altas as línguas faladas sem pressa alto o resquício da luz nas cortinas alta a cabeça pairando em curso alto o nariz achatado num murro alta a distância daqui pro futuro se você disser que voa, eu alta a fita no fim do pescoço alto esse sonho trocado por outro alto do lado do quarto do outro alto parado do lado comigo alto na boca, na pele e na língua alto na caixa torácica limpa ninguém vai nos chamar ninguém vai nos chamar ninguém vai nos chamar ninguém vai nos chamar altos os montes dos erros de plástico alto o consumo nas horas de sono alta a tela da vida ao reverso alto o engodo em tudo que é resto altos os sons: quando não dez ou onze alto o silêncio impreciso dos riscos alto o quadrado maior da paisagem do nosso fim geográfico e mudo alto na mira do teu sobrerrumo alto na hora da estrela na cara alto num ninho, quiçá nós, ou outros alta a sobra do que era pouco alta a coroa num jesus de chumbo alto viver em um não-movimento alto o estado das coisas reais alto com a boca no cano de gás alto se diga, mas não mais que nunca alto lá fora é o mesmo que agora altas as fitas pro terceiro filme alto o amor que não falha ou existe ninguém vai nos chamar ninguém vai nos chamar ninguém vai nos chamar ninguém vai nos chamar ninguém vai nos chamar ninguém vai nos chamar

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O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE
O QUE QUE HÁ NO NOCAUTE


“Nocaute” (Máquina Voadora Label, 2021) é a mais nova investida da Cães de Prata, projeto de canção alternativa capitaneado pelo baiano-radicado-em-Alagoas Mateus Borges. Este autêntico disco de banda pega “Fitas p/ o terceiro filme”, lançamento de estreia do grupo, e leva-o ao ponto de inflexão. Oito faixas de narrativas incendiárias compõem o trabalho, trazendo densidade ao disco e estabelecendo Borges como um dos compositores mais completos de sua geração. Não é um “ao nocaute” – é um nocaute para.

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Cães de Prata is Mateus Borges' recording project, a singer-songwriter who hails from one of Brazil's smallest states, Alagoas. At once meditative and explosive, its upcoming debut record — Nocaute — ups the ante on the pace established by the artist's debut EP, the minimal “Fitas P/ O Terceiro Filme", released just months before the pandemic ripped the region's bustling music scene wide open. Evoking the styles of Brazilian innovators such as the guitarist Jards Macalé and angling for the spacious momentum of groups such as Lambchop and Yo La Tengo, these eight tracks are guided by Borges' and his tight group of collaborators smooth sense of pace, always subverted by a small, violent gesture.

credits

released August 10, 2021

MATEUS BORGES música, letra e voz
— com exceção da letra de "Cinzas P/ O Encontro", por Ana Maria Vasconcelos

acompanhado nessa ocasião por
IVANA FONTES, VIRGÍNIA RODRIGUES e MARINA NEMESIO voz
IGOR CAVALCANTE violão, guitarra, rhodes e piano
JOÃO GOMES baixo
FELLIPE PEREIRA bateria
THOMAS SCHAEFFER programações

Produção musical por Mateus Borges
Mix e master por Thomas Schaeffer
Engenharia de áudio por Thomas Schaeffer e Thiago Mata
Capa por Silibrina

Um álbum Máquina Voadora Label
Produzido nos estúdios da Maná Records entre outubro e dezembro de 2020


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MATEUS BORGES music, lyrics and vocals
— ("Cinzas P/ O Encontro" is adapted from a poem by Ana Maria Vasconcelos)

with
IVANA FONTES, VIRGÍNIA GUIMARÃES e MARINA NEMESIO vocals
IGOR CAVALCANTE acoustic guitar, electric guitar, rhodes and piano
JOÃO GOMES bass
FELLIPE PEREIRA drums
THOMAS SCHAEFFER programming

Produced by Mateus Borges
Mixed and mastered by Thomas Schaeffer
Engineered by Thomas Schaeffer and Thiago Mata
Single and album artwork by Silibrina
An album released by Máquina Voadora Label
Produced in the studios of Maná Records at the end of 2020

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Cães de Prata Maceió, Brazil

os sons da nossa infância são máquinas do fim

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